Eu tenho medos bobos e coragens absurdas. Eu vivo cercada de pessoas por fora da minha bolha egocêntrica, infantil e sensível. Eu vivo à espera daquele momento, mas não sei que momento é esse. Às vezes sinto cheiros e morro de saudades de coisas que já não me lembro mais. Passo metade do dia odiando minha vida e querendo ser sugada pela minha própria insignificância. A outra metade passo rindo do quanto sou dramática e exagerada. Adoro o toque do telefone que quebra o barulho do abandono, a força leve da caneta no papel que pode transformar tantas coisas e o som do carro chegando na chuva para me salvar. Eu adoro ouvir música bem alta. Às vezes, eu gosto apenas da folha em branco, do silêncio, da noite e da janela fechada. Acho tudo o que se refere ao amor extremamente brega. Acho tudo o que não se refere ao amor extremamente infeliz. Sou essa mala monotemática mesmo, chata e obsessiva, mas que ama muito mais do que odeia, apesar de odiar isso.

sábado, 20 de março de 2010

Hoje senti saudades.

Senti saudade. Muita gente me faz falta e só me dei conta disso porque resgatei a história em pedaços de papel. Essa angústia de hoje toda se deve certamente à saudade. Saudade dói, dá alfinetadas. Tenho sintomas físicos, como aperto no peito e frio na barriga, só ao lembrar das emoções. Saudade não está disposta a escancarar as razões da dor nem de saná-las. Hoje, olhei pra trás, de agora para ontem, e senti falta. Senti falta de gente querida que não podia ter perdido, ter esquecido ou simplesmente ter deixado para trás. Ao pensar nelas, sei que vou para frente. Sinto falta de gente de longe e de logo ali. Sinto falta de gente de hoje e de ontem. Sinto até falta de gente de amanhã.

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