Eu tenho medos bobos e coragens absurdas. Eu vivo cercada de pessoas por fora da minha bolha egocêntrica, infantil e sensível. Eu vivo à espera daquele momento, mas não sei que momento é esse. Às vezes sinto cheiros e morro de saudades de coisas que já não me lembro mais. Passo metade do dia odiando minha vida e querendo ser sugada pela minha própria insignificância. A outra metade passo rindo do quanto sou dramática e exagerada. Adoro o toque do telefone que quebra o barulho do abandono, a força leve da caneta no papel que pode transformar tantas coisas e o som do carro chegando na chuva para me salvar. Eu adoro ouvir música bem alta. Às vezes, eu gosto apenas da folha em branco, do silêncio, da noite e da janela fechada. Acho tudo o que se refere ao amor extremamente brega. Acho tudo o que não se refere ao amor extremamente infeliz. Sou essa mala monotemática mesmo, chata e obsessiva, mas que ama muito mais do que odeia, apesar de odiar isso.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Trecho de "O pequeno príncipe"


Quando a gente está triste demais gosta do pôr-do-sol...
- Um dia eu vi o sol se pôr quarenta e três vezes!
E um pouco mais tarde acrescentaste:
- Quando a gente está triste demais, gosta do pôr-do-sol...
- Estavas tão triste assim no dia dos quarenta e três?
Mas o principezinho não respondeu.

(Antoine de Saint-Exupery)


Às vezes parece que o planeta Terra poderia ser como o do pequeno... onde se pudesse ver o pôr do Sol quarenta e três vezes se preciso...

Quem nunca leu até diz que é livro de criança, de candidata a Miss e afins... mas eu que li afirmo: é perfeito. É simples, enquanto é de uma profundidade marcante.
Eu também nunca aprendi a desenhar carneiros, mas aprendi como é quando uma gibóia engole um elefante, aprendi a detestar aquela rosa egoísta e a admirar aquele serzinho miúdo. Queria o pequeno príncipe pra mim.

Nenhum comentário:

Postar um comentário